Crônica referente ao novo acordo ortográfico
Unificar uma língua falada em oito países? Só pode ser brincadeira, não é? Esse ‘’combinado’’ pode até ter lógica, tentar unificar, padronizar a língua portuguesa e acabar com essas diferenças de grafia no Brasil, Timor-Leste, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Angola, Cabo verde, Portugal e Guiné-Bissau, mas na prática, a história é outra. Apesar de o idioma ser o mesmo, a língua portuguesa falada no Brasil e em Portugal, por exemplo, tem muitas diferenças. Fim de tarde, passando na padaria para fazer um lanche, caso eu pedisse a atendente um ‘’sandes’’ o estranhamento ali seria inevitável, pois o sanduiche conhecido comumente aqui no Brasil para Portugal é o bendito sandes. Se os vocabulários são distintos, a grafia não deveria seguir na mesma direção? É um descomplica que complica ainda mais, uma tentativa de união que pode acabar separando, tanto é que alguns países (leia-se Brasil) acabaram ficando em cima do muro, prometendo efetivar essas mudanças ortográficas somente se outro país também a fizesse. Apesar do efeito filme de terror que a nova ortografia vem causando nas pessoas, metade tapando os olhos e os ouvidos, a outra se escondendo por qualquer canto, agora é pra valer, a partir de janeiro de 2016 tornou-se obrigatório. Mas vejamos por um lado bom, a famosa e nem tão famosa trema some de vez, isso é, famosa porque todo mundo conhecia, nem tão famosa pois raramente era utilizada, lembrando que as palavras estrangeiras continuam usando a trema, fica ‘’de bonito’’. A palavra seqüestro que o diga, teve sua trema realmente sequestrada, o que é uma pena, não houve resgate pois ninguém se lembrava dela. Aliás, você sabia que as letras K, W e Y não faziam parte do nosso alfabeto? Pois é, eu também não, mas pode ficar tranquilo que agora as três já estão incluidíssimas. De micro algumas palavras realmente não tem nada, muito pelo contrário, na questão dos hifens, se o segundo elemento iniciar com S ou R, duplica-se essas consoantes, agora a mini-saia virou minissaia. Em briga de casal ninguém mete a colher, e se forem um o focinho do outro, o melhor mesmo é meter o hífen! Em prefixos terminados por R, permanece o hífen caso a palavra seguinte seja iniciada por R também, por exemplo: super-resistente, hiper-realista. Quando o prefixo termina em vogal, e o segundo elemento começa com uma vogal diferente, é paixão na certa, sem aquele bate-boca o hífen não acha a menor graça e cai logo fora, e assim os dois se unem, por exemplo: autoestrada, autoestima, autoanálise. Na questão dos acentos, não se usa mais o acento que diferenciava as palavras homógrafas, pêlo de cachorro e pelo menos agora não se diferenciam mais gramaticalmente, é tudo ‘’pelo’’. O mesmo ocorre com a pêra, perde o acento. Pode até demorar para a população começar a por em prática a nova ortografia, mas uma coisa é certa, não há quem não lembre que agora ‘’Idéia’’ virou Ideia, ou quem não se chateie com uma ‘’Jibóia’’, ‘’Geléia’’ sem acento agudo. Pena do hiato, não terá acentos circunflexos nos casos de OO e EE, como: enjoo, voo, leem. Após tantas alterações, o melhor mesmo é procurar se informar e por em prática tais mudanças.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Um descomplica que complica
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